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PCC proibiu drogas K em suas áreas de atuação, entenda o motivo

O K2, uma substância líquida desenvolvida em laboratórios, é combinado com ervas e consumido através da inalação. Frequentemente, esse produto é comercializado sob o nome de ‘spice’.

O PCC baniu as drogas K, conhecidas por efeitos devastadores e alta potência, dos locais onde controla a venda de entorpecentes. As drogas K, particularmente K2 e K9, são variações de canabinoides sintéticos extremamente potentes, com efeitos colaterais como agressividade, paranoia, arritmia cardíaca e risco de morte. Essas substâncias atraíram atenção indesejada das autoridades para as áreas de tráfico, motivando a decisão do PCC.

A proibição, confirmada por fontes ligadas ao combate ao tráfico, reflete a tendência do PCC em tomar decisões com base em uma análise de custo-benefício, visando a preservação de seus negócios principais. Essa abordagem é similar à adotada anteriormente com o crack, que foi banido das prisões para manter a ordem. No entanto, o crack permanece lucrativo e em circulação nas ruas.

O pesquisador Bruno Paes Manso, da USP, enfatiza que o PCC opera de maneira empresarial, sempre buscando equilibrar lucro e ordem. A proibição das drogas K, e possivelmente do crack nas ruas, segue essa lógica.

As drogas K, principalmente produzidas na Índia e na China, são importadas em forma líquida e diluídas localmente para venda. Estas drogas, que surgiram na década de 1990 como experimentos para replicar os efeitos terapêuticos da maconha, acabaram sendo substancialmente mais potentes e perigosas.

A preocupação do PCC também se estende aos impactos sociais destas drogas nas comunidades, incluindo os efeitos negativos sobre a imagem da facção e suas relações com lideranças locais. A proibição é vista como uma estratégia para manter a ordem social e o controle sobre as regiões de atuação, evitando atrair atenção indesejada e mantendo a estabilidade dos negócios ilícitos.

Liberação do Crack

A decisão do Primeiro Comando da Capital (PCC) permitir o crack em suas áreas de influência, sugere uma mudança estratégica em suas operações. Historicamente, o crack foi uma fonte substancial de receita para a facção, mas a gestão dessa droga sempre envolveu desafios complexos, devido aos seus efeitos devastadores na saúde dos usuários e nas comunidades.

A liberação do crack pelo PCC pode indicar uma tentativa de reestruturar seu mercado e de maximizar lucros, apesar das consequências sociais e de saúde pública. Tal decisão levanta questões importantes sobre a dinâmica do tráfico de drogas, o controle territorial exercido por facções e os impactos na segurança e bem-estar das comunidades afetadas.

Fonte: BBCNNEWS BRASIL

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