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Dengue em Alta: incidência da doença em 9 estados, 6 deles receberam 70% a menos dos recursos para prevenção

Diante da crescente ameaça de dengue, o Ministério da Saúde se comprometeu a otimizar a distribuição de recursos, especialmente para regiões que declararem emergência, seja por dengue ou outras doenças transmitidas por mosquitos (arboviroses) e outras crises de saúde pública. Isso visa acelerar as respostas e a implementação de medidas preventivas e de controle.

A situação no Distrito Federal e no Rio de Janeiro é particularmente alarmante, com um aumento significativo no número de casos de dengue. O Distrito Federal reportou mais de 85 mil casos prováveis, um aumento de 1.360% em relação ao ano anterior. No Rio de Janeiro, foram registrados 57 mil casos, vinte vezes mais do que o previsto pelo governo estadual. Esses números alarmantes levaram à declaração de emergência em saúde pública nesses estados.

Outros estados, como Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina, também declararam emergência devido ao surto de dengue. Essas medidas são cruciais para a mobilização de recursos e a implementação de ações de vigilância e controle. A professora Ligia Bahia da UFRJ reitera a importância da vigilância em saúde para prevenir e controlar a disseminação da dengue, especialmente em locais de risco, como reservatórios de água abertos, que são ambientes ideais para a proliferação do mosquito transmissor.

Minas Gerais se destaca por ter utilizado completamente os recursos federais recebidos para o combate à dengue. O Espírito Santo também fez um uso significativo de seus recursos, empregando R$ 11 milhões dos R$ 17 milhões recebidos. Por outro lado, o Paraná utilizou uma parcela menor do montante recebido, comprometendo apenas R$ 8,5 milhões de um total de R$ 27,4 milhões.

Murilo Viana, especialista em contas públicas, aponta para a necessidade de avaliar tanto a alocação dos recursos quanto a eficácia de sua utilização. Segundo ele, a presença de elevados índices de dengue em diversas regiões sugere desafios em ambas as frentes.

São Paulo e Santa Catarina mostram um uso mais efetivo dos recursos, com São Paulo utilizando mais de 90% e Santa Catarina cerca de 60%. Eles argumentam que os recursos estão sendo empregados em ações em curso, e destacam o uso de fundos próprios para complementar o combate à doença nos municípios. Em Goiás, houve um comprometimento de aproximadamente 49% dos recursos federais, uma cifra contestada pela secretaria estadual, que afirma ter utilizado integralmente os valores.

Com o intuito de fortalecer o combate ao surto de dengue, o Ministério da Saúde aumentou substancialmente o orçamento para o enfrentamento emergencial da doença para R$ 1,5 bilhão neste ano. Essa medida, juntamente com a promessa de acelerar a liberação de fundos para estados e municípios em situação de emergência, visa uma resposta mais rápida e eficaz à crise de saúde pública que a dengue representa.

Fonte: O Globo

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