STF valida acordo de delação de Ronnie Lessa no caso Marielle Franco
Informações fornecidas pelo ex-policial podem indicar quem ordenou o assassinato
Na noite de terça-feira (19), o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, divulgou que Ronnie Lessa, ex-policial militar e acusado dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, celebrou um acordo de colaboração premiada, já validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob a supervisão do Ministro Alexandre de Moraes.
Lewandowski, em declaração à mídia após ser notificado oficialmente por Moraes sobre a aprovação do acordo, destacou a importância desta colaboração como meio de obtenção de provas significativas, sugerindo que tal desenvolvimento poderá em breve levar à resolução do crime contra Marielle Franco. Ele ressaltou que o processo permanece sob sigilo judicial.
O crime contra Marielle e Anderson, ocorrido há seis anos, teve até agora apenas seus executores identificados e detidos.
Seguindo o anúncio de Lewandowski, o STF confirmou a ratificação da delação de Lessa depois que Alexandre de Moraes assegurou a observância das condições estabelecidas pela Lei nº 12.850/13, que regula as colaborações premiadas, incluindo a legalidade, os benefícios concedidos ao colaborador e os resultados esperados da delação.
No dia anterior ao anúncio, o gabinete de Moraes realizou uma audiência com Lessa, na qual se confirmou que a assinatura da delação ocorreu de forma voluntária.
Com a homologação concluída, o inquérito retornará à Polícia Federal para a continuação das investigações.
O inquérito que investiga os mandantes do crime foi encaminhado ao STF recentemente, buscando identificar quem ordenou os assassinatos. Ainda não há detalhes disponíveis ao público devido ao sigilo do inquérito.
O STF é responsável pelo julgamento de casos envolvendo autoridades com foro privilegiado, o que indica que a transferência do caso para o Supremo pode estar relacionada à implicação de alguma autoridade com foro na Corte, embora essa razão não tenha sido oficialmente confirmada pela Polícia Federal.
Em outro desenvolvimento, Ronnie Lessa, responsável pelos disparos, está preso desde 2019 e foi expulso da Polícia Militar no último ano. Ele enfrentará julgamento popular. As negociações sobre sua delação premiada, previamente especuladas na mídia e negadas pela Polícia Federal, agora são confirmadas. Élcio de Queiroz, ex-policial militar que conduzia o veículo no momento do crime, também fechou um acordo de delação, revelado anteriormente.
Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, expressou otimismo nas redes sociais quanto ao progresso das investigações a partir desta nova colaboração, enfatizando sua fé e esperança por justiça no assassinato político, covarde e brutal de sua irmã, e salientando o compromisso das instituições judiciais com a resolução do caso.