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Rivais de Marcola do PCC planejam criar facção PCP, indicam investigações

Dentro dos corredores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), circulam rumores de que opositores de Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, de 56 anos e líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), estão se mobilizando para instituir um novo grupo criminoso.

A nova facção, segundo os relatos, já tem um nome definido: PCP (Primeiro Comando Puro), também identificado pela sequência numérica 15.3.15, uma alusão direta às letras iniciais do grupo, de acordo com sua posição no alfabeto, onde 15 representa a letra P e 3, a letra C. Alega-se que o estatuto do grupo, contendo as diretrizes e códigos de conduta, já está elaborado.

Informações obtidas por meio de escutas telefônicas indicam discussões sobre a formação do PCP.

No estado do Rio de Janeiro, conhecido pela sua pluralidade de facções criminosas, uma em particular, o TCP (Terceiro Comando Puro), emergiu como uma ramificação do Comando Vermelho (CV), sendo ambos grupos rivais com histórico de conflitos sangrentos pelo domínio do narcotráfico. O TCP é visto como um aliado potencial do PCC no território fluminense.

Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) não confirmam as especulações sobre a criação do PCP, mas também não descartam tal possibilidade, especialmente após a ruptura de Marcola com Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, de 50 anos, que até recentemente figurava como o segundo no comando do PCC.

A disputa pelo poder Se confirmadas, as tensões entre as facções poderiam acarretar um aumento significativo da violência em São Paulo, uma vez que o tráfico de drogas representa uma parcela considerável da renda do PCC.

Um episódio chave no conflito interno do PCC foi uma conversa gravada em 15 de junho de 2022, entre Marcola e agentes penitenciários na Penitenciária Federal de Porto Velho. De acordo com a Polícia Federal, Marcola acusou Tiriça de orquestrar atentados contra servidores públicos e o chamou de psicopata.

Essa gravação foi utilizada no julgamento que condenou Tiriça a 31 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de Melissa de Almeida Araújo, psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), ocorrido em maio de 2017, em Cascavel, Paraná.

Tiriça, junto com outros dois comparsas, Abel Pacheco de Andrade, conhecido como Vida Loka, de 49 anos, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, de 45 anos, tiveram acesso ao áudio e acusaram Marcola de delação.

O trio decidiu expulsar Marcola da organização e declará-lo como alvo a ser eliminado. Contudo, a liderança do PCC, conhecida como “sintonia final”, após analisar o áudio, concluiu que Marcola não cometeu nenhuma infração.

No mês passado, um comunicado foi emitido aos membros da facção, tanto encarcerados quanto em liberdade, informando que Tiriça, Vida Loka e Andinho foram excluídos do PCC e marcados para morrer.

Atualmente, Marcola e seus três novos inimigos estão detidos na Penitenciária Federal de Brasília, sem qualquer contato entre si. Quando saem para o pátio, o fazem separadamente, algemados e sob escolta de agentes penais federais.

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