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“Despolitização das forças de segurança é essencial”, alerta Gilmar Mendes

“Ministro do STF defende que militares e policiais devem estar distantes da política, em entrevista à BandNews FM”

Em entrevista exclusiva à BandNews FM, o ministro do STF Gilmar Mendes destacou a necessidade crítica de retirar as forças de segurança do âmbito político. Ele afirmou nesta segunda-feira (15) que “o exército e as polícias não devem interferir nas instituições políticas do país”.

Relembrando os episódios de 8 de janeiro de 2023, Mendes criticou a participação dos órgãos de defesa e segurança nos atos considerados golpistas. “Vocês lembram o problema com a polícia do Distrito Federal, a politização da polícia. Nós temos que tirar a polícia da política”, declarou durante a estreia do programa Entre Nós.

A invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro às construções da Esplanada dos Ministérios em Brasília, e subsequente vandalismo, foi um esforço para instigar um golpe contra o governo recém-eleito de Luiz Inácio Lula da Silva. Sete oficiais da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal tornaram-se réus por suspeita de omissão nesses atos.

Sobre a participação do Exército na política, Mendes foi enfático: “Nós sabemos que militares participaram de forma ativa no 8 de janeiro”. Ele também lembrou as declarações do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que comparou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a um “inimigo” em uma reunião em julho de 2022. “Nós vimos um ministro da Defesa, que era general do Exército, dizendo que estava fazendo aquelas declarações para constranger o TSE. Até agora, não vejo nenhuma reforma ser votada para dizer que militares não podem ocupar cargos ou funções políticas”.

Mendes também chamou atenção para a falta de regulamentação das redes sociais no país, afirmando que “O 8 de janeiro não teria ocorrido não fossem as redes sociais e a falta de regras que estamos vivendo”. Ele destacou que países como Alemanha e Inglaterra já avançaram em criar legislação específica para as mídias digitais.

Finalmente, o ministro foi questionado sobre o Inquérito das Fake News, que investiga notícias falsas e ameaças contra membros do STF e suas famílias. Criado em 14 de março de 2019, o processo segue em andamento, mas Mendes expressou otimismo sobre os resultados obtidos até o momento, mencionando a obtenção de evidências significativas que estão aproximando as investigações de suas conclusões.

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