Com homenagens e louvor, idoso que foi levado morto a banco é enterrado no Rio
Advogada relata que a família de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, sente-se triste devido à “chacota” nas redes sociais
Rio – Na manhã deste sábado (20), ocorreu o sepultamento de Paulo Roberto Braga (tio Paulo), de 68 anos, que foi levado já sem vida para uma agência bancária por sua sobrinha, Érika de Souza. Durante o funeral no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste, familiares e amigos prestaram suas últimas homenagens ao idoso, em um ambiente carregado de emoção.
O velório teve início com atraso devido à demora da chegada dos familiares e foi restrito aos mais próximos de Paulo Roberto. O cortejo acompanhou o corpo até a sepultura, onde alguns familiares se emocionaram profundamente. Ao final, louvores foram cantados e aplausos ecoaram em honra ao falecido.
Visivelmente abalados, os familiares e amigos de Paulo Roberto evitaram falar com a imprensa. No local, a advogada Ana Carla Corrêa, que defende Érika, comentou que a família está abatida pela ‘chacota’ que circula nas redes sociais sobre o incidente.
“Pouco antes, a família, que veio de longe, se reuniu em oração e começou a pedir ajuda a populares para que comparecessem ao enterro, o que gerou confusão. Havia muitas pessoas aqui, não apenas familiares, mas também amigos e parentes. É uma família séria, e acreditamos que Érika estava sob efeito de um surto. Esperamos que ela seja liberada em breve”, declarou.
“A Érika não era a cuidadora dele. Ela ajudava nos cuidados, assim como outros membros da família. Ele estava debilitado após a última internação, mas até então se locomovia normalmente, sem necessidade de cadeira de rodas. Ela trabalhava como cabeleireira”, acrescentou a advogada.
Além disso, Ana Carla destacou que a defesa atuará para que o responsável pela divulgação das imagens de Paulo dentro da agência seja investigado, considerando que a morte ocorreu no interior da agência. “Houve uma repercussão ampla, até internacional, sobre a circunstância da morte de Paulo. A defesa, com base na perícia indireta, conclui que a morte ocorreu dentro da agência. Um vídeo foi divulgado sem autorização judicial, inclusive por uma gerente que filmou o ocorrido. Isso também será investigado”, explicou.
Relembre o caso
O vídeo que circula nas redes sociais mostra Paulo já falecido na agência bancária, enquanto sua sobrinha tentava convencê-lo a assinar um documento para retirar R$ 17 mil. Os funcionários do banco suspeitaram da situação e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito às 15h20.
O laudo de necropsia indicou que Paulo morreu entre 11h30 e 14h30 da última terça-feira, com a causa da morte sendo broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca. Érika foi detida em flagrante e acusada de vilipêndio a cadáver e tentativa de furto mediante fraude. Durante o depoimento, ela afirmou que o tio havia pedido o empréstimo para comprar uma televisão nova e fazer reformas na casa. Ela sustentou que ele chegou vivo ao banco e parou de responder durante o atendimento no guichê.