Operação da PF investiga desvio de R$ 1,7 bilhão em verbas do SUS
Ação policial coordenada inclui mais de 170 agentes e se estende por várias cidades, visando apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Nesta terça-feira, uma operação de grande escala foi desencadeada para investigar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria desviado cerca de R$ 1,7 bilhão de verbas destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de 150 policiais federais, 13 servidores da Receita Federal e 10 da Controladoria-Geral da União (CGU) participaram da operação, que envolveu a expedição de 49 mandados de busca e apreensão.
Os mandados foram distribuídos em diversos municípios do estado do Pará, incluindo 33 em Belém, cinco em Benevides, três em Parauapebas, além de mandados em Ananindeua, Santa Maria do Pará e São Miguel do Guamá. Um mandado adicional foi cumprido em Barueri, São Paulo.
As investigações preliminares apontam para a existência de crimes licitatórios, envolvendo repasses indevidos a servidores públicos de várias prefeituras do Pará, utilização de empresas de fachada e esquemas de lavagem de dinheiro, além da suspeita de evasão de divisas para paraísos fiscais.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos, físicos e jurídicos, estariam ligados ao setor de saneamento urbano e utilizaram complexas transações comerciais e financeiras para ocultar a origem dos recursos. A Controladoria-Geral da União destacou que a principal empresa investigada opera no Pará há décadas, oferecendo serviços de engenharia sanitária e rodoviária, e foi uma das maiores beneficiárias de contratos públicos, com movimentações financeiras atípicas que somam o montante investigado.
A Justiça Federal, ao autorizar a operação, também determinou o sequestro de bens dos investigados até o limite de R$ 1,7 bilhão, visando à reparação dos danos ao erário. Após a análise dos materiais apreendidos, a investigação deverá ser aprofundada com o objetivo de detalhar as operações ilícitas e responsabilizar os envolvidos.