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EUA avançam na reclassificação da maconha como droga menos restritiva

A Administração de Controle de Drogas dos EUA propõe mudar a classificação da cannabis de Classe I para Classe III, um status que inclui anabolizantes e cetamina

A Administração de Controle de Drogas dos EUA (DEA) está propondo uma mudança significativa na classificação da maconha, que poderá ser reclassificada como uma substância menos restritiva. Segundo anúncio da agência Associated Press nesta terça-feira, a cannabis, atualmente listada na Classe I — a mesma categoria de drogas como heroína e LSD, devido ao alto potencial de abuso e sem uso médico aceito —, poderá ser movida para a Classe III. Esta categoria inclui substâncias como anabolizantes e cetamina, que, embora controladas, são consideradas de menor risco e têm usos médicos reconhecidos.

A reclassificação vem após recomendações do Departamento Federal de Saúde e Serviços Humanos dos EUA e está sob revisão pelo Gabinete de Gestão e Orçamento da Casa Branca. A alteração, que não modifica as políticas federais sobre drogas — deixando aos estados a autonomia sobre o assunto —, poderia revolucionar a pesquisa médica com maconha. Atualmente, o rigor das restrições impostas às substâncias da Classe I limita severamente a realização de ensaios clínicos.

A medida é vista como um avanço nos esforços de descriminalização liderados pelo presidente Joe Biden, que no ano passado, perdoou milhares de condenados por porte ou uso de maconha. “Os antecedentes criminais por uso e porte de maconha criaram barreiras indevidas ao emprego, à moradia e às oportunidades educacionais, destruindo muitas vidas devido à nossa abordagem falha em relação à droga. É hora de corrigirmos esses erros”, declarou Biden.

Esta iniciativa também acompanha uma tendência global de revisão das leis sobre cannabis. Por exemplo, a Alemanha recentemente legalizou o acesso à droga para maiores de 18 anos, autorizando o porte de até 25 gramas e o cultivo doméstico de até três plantas.

A proposta ainda enfrentará etapas regulatórias antes de se tornar efetiva, mas já é vista como um marco potencial na política antidrogas dos Estados Unidos.

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