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Maior buraco azul do mundo descoberto no México

Pesquisadores confirmam a descoberta de um buraco azul com mais de 420 metros de profundidade na Península de Yucatán, ultrapassando a altura da Torre Eiffel e equivalente a 11 estátuas do Cristo Redentor.

A mais recente maravilha natural foi revelada no México, especificamente na Península de Yucatán, adjacente ao Sistema Mesoamericano de Barreira de Corais. Conhecido como Taam-Ja’, situado na Baía de Chetumal, este buraco azul agora detém o título do mais profundo do mundo, alcançando mais de 420 metros. Esta descoberta supera antigos recordes, ultrapassando não apenas a Torre Eiffel, que mede 330 metros, mas também a altura acumulada de 11 estátuas do Cristo Redentor.

O estudo que trouxe à tona essa descoberta foi publicado em 29 de abril de 2024 pela revista científica “Frontiers in Science”. Buracos azuis são conhecidos por serem grandes sumidouros subaquáticos, formando uma conexão direta com o oceano. Cientistas mexicanos sugerem a possibilidade de uma rede oculta de cavernas subaquáticas que poderiam conectar o Taam-Ja’ a outros corpos d’água significativos, incluindo o Mar do Caribe.

Em uma expedição prévia, em setembro de 2021, a profundidade do buraco foi medida em 274,4 metros, posicionando-o, na época, atrás do então líder, o Sansha Yongle, na China. Para estas medições, a equipe de pesquisa utilizou um ecobatímetro, um instrumento que estima profundidades marinhas ao medir o tempo que uma onda sonora demora para retornar após atingir o fundo oceânico. No entanto, para superar as limitações do ecobatímetro em ambientes mais complexos, foi adotado um perfilador de condutividade, temperatura e profundidade (CTD).

As características do Taam-Ja’ são extraordinárias. A entrada do buraco tem uma área aproximada de 13.690 m², e abaixo dos 400 metros, as condições de temperatura, salinidade e densidade da água começam a se aproximar das observadas na superfície do Mar do Caribe, um fenômeno que reforça a teoria de conexões subaquáticas com corpos d’água vizinhos e possivelmente até com atividade geotermal.

Visualmente, a superfície do Taam-Ja’ é marcada por turbidez até uma profundidade de quatro metros. A partir desse ponto, as águas tornam-se mais claras, permitindo vislumbrar a imponente estrutura rochosa que forma as paredes do buraco. Entre 25 e 30 metros de profundidade, as paredes se tornam mais inclinadas, embora não apresentem cobertura biológica significativa, devido à escassa penetração de luz.

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