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Mais de 60% das vítimas de violência contra mulheres no Amazonas são jovens de 10 a 19 anos, revela FVS

Em 2023, 32,7% dos casos foram classificados como violência física e 30,1% como violência sexual, com alta prevalência entre adolescentes

Em 2023, o Amazonas registrou um total de 5.806 casos de violência contra mulheres, conforme dados divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM). O boletim mais recente, publicado nesta quinta-feira (15/08), revela que jovens de 10 a 19 anos representam mais de 60% das vítimas de violência. Dentre esses casos, 28,4% das vítimas estão na faixa etária de 10 a 14 anos e 15,5% têm entre 15 e 19 anos.

O boletim detalha que, das notificações recebidas, 32,7% foram de violência física e 30,1% de violência sexual. No que se refere à violência sexual, 43,2% dos casos foram classificados como estupro de vulnerável, afetando meninas com menos de 14 anos. Além disso, 29,3% dos casos foram de estupro e 21,5% de assédio sexual. O meio de agressão mais comum foi o espancamento (46,1%), e a residência foi o local mais frequente de ocorrência (67,6%).

Dos atendimentos realizados, 45,3% foram direcionados à Rede de Saúde, 16,6% ao Conselho Tutelar, 11,9% a outras delegacias, 9,6% à Delegacia de Atendimento à Mulher, 9,1% à rede de Assistência Social, e 3,2% à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. O boletim também revela que 37,6% das mulheres vítimas de violência relataram já ter sofrido agressões anteriormente.

Em relação às condições das vítimas, 18,4% estavam grávidas e 4,7% tinham algum tipo de deficiência ou transtorno. No contexto conjugal, 52,7% das notificações referem-se a mulheres solteiras, enquanto 15,5% eram casadas ou viviam em união consensual. Entre as mulheres grávidas, 59,9% tinham entre 10 e 14 anos e 18,9% estavam na faixa de 15 a 19 anos, evidenciando a alta incidência de estupro de vulnerável.

Neste mês de agosto, a campanha Agosto Lilás foca no combate à violência contra mulheres com a iniciativa “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada” e celebra os 18 anos da Lei Maria da Penha, uma legislação federal destinada a assegurar punições adequadas para a violência doméstica.

Os dados são extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, destacando a violência contra a mulher como uma grave violação dos Direitos Humanos, com implicações em diversas esferas sociais, econômicas e culturais.

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