Rio Negro apresenta nível 90 cm abaixo da faixa de normalidade, alerta SGB
O rio Negro, em Manaus, está enfrentando um período de recessão acentuada, com o nível do rio registrando uma queda significativa de 90 centímetros abaixo da faixa considerada normal para esta época do ano. Conforme o 33º Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) o rio atingiu a marca de 22,76 metros nesta segunda-feira (19/08), o que representa uma redução de 2,51 metros em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou a maior vazante em 100 anos, com 25,27 metros.
A análise do SGB revela que o rio Negro está em processo de descida contínua, com quedas médias diárias de 5 cm em São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, enquanto na estação do Porto de Manaus, o declínio diário está em torno de 13 cm. Além disso, o comportamento atual dos níveis dos rios da região está sendo comparado às séries históricas, com o rio Branco, um dos principais afluentes do Negro, também apresentando variações. Em Boa Vista (RR), houve um início de subida, mas os níveis voltaram a cair recentemente, enquanto em Caracaraí, o rio subiu em média 10 cm por dia.
O rio Solimões, em Tabatinga, está em níveis muito baixos para o período, com variações diárias mais acentuadas ao longo da semana, atingindo médias de 16 cm em Fonte Boa, 26 cm em Itapéua e 17 cm em Manacapuru. O rio Purus, em Beruri, também registrou uma recessão acentuada, com quedas médias de 21 cm por dia, sendo considerado baixo para o período. Já o rio Madeira, em Porto Velho, apresentou oscilações ao longo da semana, mantendo níveis semelhantes aos da semana anterior, enquanto em Humaitá, houve pequenas quedas diárias de 4 cm, com cotas consideradas baixas para a época. O rio Amazonas continua em processo de vazante, com quedas de 8 cm em Parintins e 7 cm em Óbidos, ambos abaixo do intervalo normal para o período.
Diante dessa situação, o Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental do governo do Amazonas informou que 20 municípios estão em situação de emergência, afetando cerca de 111,9 mil pessoas, ou 27 mil famílias. O número de pessoas impactadas pela estiagem no estado é dinâmico e depende das informações fornecidas pelos municípios ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres da Defesa Civil (S2iD).
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) relatou que já foram realizados 296 embargos, totalizando 16.412 hectares, com multas aplicadas no valor de R$ 81,3 mil, 274 autos de infração e 25 termos de apreensão emitidos, além de 150 prisões e detenções relacionadas a crimes ambientais, como queimadas e desmatamentos ilegais. O governo estadual também destacou que, entre junho e 18 de agosto, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) combateu mais de 7,9 mil focos de incêndio, sendo 600 na capital e 7,3 mil no interior do estado.
Fonte: Portal 18horas