Israel anuncia morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas e arquiteto do ataque de 7 de outubro
Comandante do grupo na Faixa de Gaza, Sinwar chegou ao topo da organização após a morte de Ismail Haniyeh em um ataque israelense no Irã, em julho
O Exército de Israel confirmou nesta quinta-feira, 17, a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que estavam investigando se Sinwar havia sido morto em um confronto ocorrido na quarta-feira, 16, no sul da Faixa de Gaza. A confirmação veio no período da tarde.
A morte de Sinwar foi inicialmente divulgada pelo Canal 12, de Israel, e pelo jornal americano The Washington Post, que relataram que Tel-Aviv confirmou a identidade do terrorista após a análise dos primeiros testes de DNA. O Hamas ainda não confirmou oficialmente o óbito do seu líder.
Isaac Herzog, presidente de Israel, parabenizou as forças israelenses pela morte de Sinwar. “Sinwar, o mentor do ataque de 7 de outubro, foi o responsável por diversos atos terroristas contra civis israelenses e outros cidadãos estrangeiros, resultando no assassinato de milhares de inocentes”, declarou Herzog.
Confirmação do Exército
Mais cedo, o Exército de Israel havia emitido um comunicado informando a possibilidade de ter eliminado Yahya Sinwar durante um confronto em Gaza. Segundo Tel-Aviv, três membros do Hamas foram mortos no incidente, e não foram encontrados reféns israelenses na área. As características do corpo indicavam uma semelhança significativa com Sinwar.
Operação em Gaza
A operação israelense em Gaza que resultou na morte de Sinwar começou após um ataque aéreo que atingiu uma escola, matando ao menos 15 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O chefe da unidade de emergência local, Fares Abu Hamza, relatou que dezenas ficaram feridas e o Hospital Kamal Adwan estava com dificuldades para tratar os feridos, muitos dos quais mulheres e crianças em estado crítico.
Israel intensificou sua ofensiva na Faixa de Gaza, promovendo ataques aéreos em diferentes pontos do enclave. De acordo com as autoridades israelenses, o alvo do bombardeio era um centro de comando utilizado pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, que estaria localizado dentro da escola.
Yahya Sinwar e o ataque de outubro
Sinwar foi um dos principais estrategistas do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos e 250 pessoas sequestradas. Desde o início do conflito, Israel havia se comprometido a localizá-lo e eliminá-lo. Sinwar ascendeu como principal figura do Hamas após a morte do líder político Ismail Haniyeh em julho, em um ataque em Teerã, no Irã.
Detalhes da operação
Segundo o Canal 12 de Israel, as tropas israelenses não sabiam que Sinwar estava na região no momento do confronto. Soldados avistaram um grupo de militantes entrando em um prédio e, após um ataque à estrutura, descobriram que um dos mortos tinha grandes semelhanças com o comandante do Hamas.
Tentativas anteriores de captura
No final de janeiro, autoridades israelenses e americanas acreditavam estar próximas de capturar Sinwar quando tropas israelenses invadiram um complexo de túneis no sul de Gaza, onde acreditavam que ele estava escondido. No entanto, ele havia deixado o local dias antes, abandonando documentos e grandes quantias de dinheiro.
Em agosto, tropas israelenses localizaram corpos de seis reféns em um complexo de túneis sob Rafah, onde encontraram indícios da presença anterior de Sinwar, conforme relatou Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel.
Ataque de outubro e seus desdobramentos
O ataque de 7 de outubro, liderado por Sinwar, deixou mais de 1,2 mil mortos no sul de Israel e 250 pessoas foram feitas reféns. Esse foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o mais violento contra judeus desde o Holocausto.
Desde então, a guerra em Gaza deixou mais de 42 mil palestinos mortos, devastando o território. O conflito se expandiu, com bombardeios e ofensivas terrestres no sul do Líbano contra o Hezbollah, além de trocas de ataques com o Irã e os Houthis no Iêmen. Durante o conflito, Sinwar se manteve escondido, utilizando mensageiros para se comunicar com outros integrantes do Hamas.