Aumentam 251% as prisões por tráfico de drogas em cápsulas no aparelho digestivo
Reativado após oito anos, scanner corporal no Aeroporto de Guarulhos permite identificar aumento expressivo de tráfico de drogas em cápsulas ingeridas
A reativação do scanner corporal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, após oito anos fora de uso, levou a um aumento expressivo no número de prisões por tráfico de drogas transportadas no corpo. A Polícia Federal (PF) informou nesta terça-feira (22) que o número de prisões por tráfico no aeroporto subiu 52% entre janeiro e 21 de outubro de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, quando 325 pessoas foram detidas. Somente este ano, 144 pessoas foram presas tentando traficar drogas ingeridas em cápsulas, um aumento de 251% em relação aos 44 casos registrados no ano passado.
Na última segunda-feira (21), dois passageiros tentaram embarcar para França e Portugal com drogas e foram presos, elevando o total de prisões em 2024 para 494. Uma passageira, que embarcaria rumo à Ilha da Madeira, em Portugal, levava 3 kg de cocaína escondidos em bolsos falsos de sua mala. O flagrante foi realizado após os cães farejadores indicarem irregularidades na bagagem. No outro caso, um passageiro com destino à França escondia 1 kg de cocaína costurado em sua bermuda. Agentes de Proteção da Aviação Civil identificaram a anormalidade e acionaram a PF, que efetuou a prisão.
Em resposta ao Correio, a Delegacia de Polícia Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo (DEAIN) destacou que a corporação “está sempre atenta aos movimentos de organizações criminosas e seus modos operandi, que frequentemente se alteram para tentar burlar as fiscalizações”. A PF informou que o scanner corporal voltou a ser usado em abril deste ano como ferramenta auxiliar para identificar materiais estranhos fixados ou inseridos no corpo de passageiros. Por ser considerado invasivo, o uso do scanner havia sido suspenso por oito anos, mas voltou a ser adotado exclusivamente por policiais.
Das 144 prisões realizadas após identificação pelo scanner corporal, 74 envolviam homens e 70 mulheres. No ano passado, dos 41 casos semelhantes, 24 eram homens e 17 mulheres. O mês com maior volume de apreensões foi julho, com 366 kg de drogas apreendidas. A média mensal é de 187 kg. Entre as substâncias mais apreendidas estão a cocaína (1,33 toneladas), haxixe (146 kg) e maconha (111 kg).