Conflito na Ucrânia alcança dimensão global, alerta Putin
Presidente russo defende ataque com míssil e ameaça países que apoiam a Ucrânia com armamentos. O Ocidente critica ações como “imprudentes”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o conflito na Ucrânia ocorreu em proporções globais, destacando que seu país tem o “direito” de atacar nações que fornecem armamentos a Kiev. A declaração veio após relatos do uso de um míssil balístico intercontinental (ICBM) contra a região do Dnipro, na Ucrânia, embora Putin tenha confirmado apenas o uso de um míssil de médio alcance.
Na segunda-feira (19/11), forças ucranianas realizaram um ataque contra a região de Kursk, no oeste da Rússia, utilizando, pela primeira vez, sistemas de mísseis fornecidos pelos Estados Unidos, conhecidos como ATACMS. Segundo Kiev, o ataque destruiu um depósito de munições e afetou tropas russas reforçadas por soldados norte-coreanos.
As ações ampliaram o debate internacional sobre a dimensão do conflito. O Reino Unido denunciou o uso de mísseis balísticos russos de longo alcance, o que foi classificado como “comportamento imprudente” de Moscou. “Isso reforça a nossa determinação em apoiar a Ucrânia”, afirmou a porta-voz do primeiro-ministro Keir Starmer.
Especialistas apontam para a escalada global do confronto. Olexiy Haran, professor da Universidade Nacional de Kiev-Mohyla, avaliou que a retórica de Putin reflete “propaganda russa” e ressaltou que o próprio Kremlin contribuiu para a internacionalização do conflito, ao utilizar drones iranianos e tropas norte-coreanas. A deputada ucraniana Lesia Vasylenko reforçou o carácter global da guerra, citando o envolvimento de países como a China, o Irão e a Coreia do Norte ao lado da Rússia.
Enquanto isso, os Estados Unidos permanecem firmes no apoio à Ucrânia, com o presidente Joe Biden autorizando o uso de novas tecnologias militares no combate. A escalada ameaça prolongar o conflito e aumentar os custos humanos e políticos para todos os lados envolvidos.