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Venda de reserva de urânio no Amazonas para a China é alvo de críticas do senador Plínio no Congresso

A maior reserva de urânio do Brasil, localizada na mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo (AM), foi adquirida pela estatal chinesa China Nonferrous Trade Co. Ltda (CNT). A transação, realizada pela mineradora Taboca e oficializada em 26 de novembro, tornou a reserva de propriedade chinesa. O anúncio gerou forte reação no Congresso Nacional, especialmente do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que levantou questionamentos sobre a legalidade da venda e denunciou favorecimento ao governo chinês.

A reserva, situada em uma área estratégica próxima à BR-174 e às fronteiras com a Venezuela e a Guiana, possui grande potencial para a indústria bélica e para usinas nucleares. Segundo o senador, a venda foi realizada sem autorização do Congresso Nacional e sem transparência, o que coloca em risco a soberania nacional.

Críticas do senador Plínio Valério à transação

Durante pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (27), o senador Plínio Valério afirmou que a venda da reserva de urânio reflete um cenário de favorecimento à China e restrições impostas a brasileiros na exploração de recursos naturais. Ele destacou que, enquanto brasileiros enfrentam obstáculos, empresas estrangeiras têm liberdade para explorar o potencial da Amazônia.

“Estamos lá impedidos, com cadeados ambientais que nos escravizam e que nos prendem, porque sempre esbarramos nas ONGs. Sempre esbarramos na ministra Marina Silva, a serviço das ONGs, e, de repente, os chineses compram a maior mina de urânio do Brasil. Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?”, questionou Plínio.

O parlamentar também criticou a paralisação de projetos como a exploração de potássio em Autazes (AM), bloqueada pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo ele, essas decisões atendem às pressões de organizações não governamentais (ONGs) e impedem o desenvolvimento da região, prejudicando a população local e favorecendo interesses estrangeiros.

Soberania nacional em debate

O urânio, recurso estratégico para a indústria bélica e energética, tem 99% de sua produção brasileira destinada ao uso em usinas nucleares. A transação com a China foi amplamente divulgada nas bolsas de valores de Pequim e Lima, mas enfrentou pouca oposição no âmbito legal até agora. Para Plínio Valério, o caso exige investigação e maior rigor por parte das autoridades brasileiras.

“Hoje, 63% da população vive abaixo da linha de pobreza, não tem R$ 11 por dia para se autossustentar. E nós não podemos explorar nada, nós não podemos viver de nada, dos bens naturais que Deus nos concedeu?”, declarou o senador, ao reforçar a importância de revisar as políticas ambientais e comerciais no Brasil.

As críticas reacendem o debate sobre o impacto da presença estrangeira nos recursos naturais do Brasil e a necessidade de equilibrar desenvolvimento econômico com proteção ambiental, especialmente na Amazônia. O caso deverá ser tema de discussões no Senado e em outras esferas do poder público nos próximos dias.

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