Rebeldes tomam Damasco e marcam queda de Bashar al-Assad na Siria
Líder sírio teria fugido do país após insurgentes declararem controle da capital, enquanto potências internacionais discutem desdobramentos.
Em um marco decisivo na guerra civil síria, grupos rebeldes islâmicos tomaram o controle de Damasco, capital da Síria, e declararam, neste domingo (8), a queda do governo de Bashar al-Assad. A ofensiva insurgente foi anunciada pela TV estatal, que agora está sob domínio dos rebeldes.

De acordo com a agência AFP, os insurgentes afirmaram ter libertado todos os prisioneiros que consideravam “detidos injustamente”. Enquanto isso, fontes do governo indicam que Assad teria deixado o país. O diretor do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, relatou que o presidente sírio saiu do território nacional via Aeroporto Internacional de Damasco antes da retirada de forças leais ao regime.
Nos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump acusou a Rússia de abandonar Assad. Em sua plataforma Truth Social, Trump afirmou: “Assad fugiu. A Rússia, sob Vladimir Putin, desistiu de protegê-lo”. Por sua vez, o atual presidente, Joe Biden, acompanha os desdobramentos “com atenção”, segundo um comunicado da Casa Branca.

Diante da escalada do conflito, representantes de Turquia, Rússia e Irã se reuniram em Doha, no Catar, para debater o futuro da Síria. Em uma declaração conjunta, os chanceleres apelaram pelo fim imediato das hostilidades e pela preservação da integridade territorial síria. O chanceler russo, Serguei Lavrov, reforçou a posição de Moscou contra os insurgentes, classificando-os como “terroristas disfarçados”.
Em meio à incerteza, o primeiro-ministro do governo deposto, Mohammad Ghazi al-Jalali, prometeu facilitar a transição de poder. “Estamos prontos para cooperar com qualquer liderança escolhida pelo povo sírio, garantindo uma transferência ordenada dos arquivos do governo”, declarou.

Enquanto o destino de Assad e o futuro político da Síria permanecem incertos, o cenário internacional observa atentamente os desdobramentos em um dos conflitos mais sangrentos do Oriente Médio na última década.
