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China endurece guerra comercial e alinha estratégia com a União Europeia

Conflito tarifário entre China e Estados Unidos se agrava com novas medidas de retaliação e aproximação diplomática entre Pequim e Bruxelas

A disputa comercial entre China e Estados Unidos atingiu um novo patamar nesta quinta-feira (10), com a entrada em vigor das tarifas de 84% impostas por Pequim sobre produtos norte-americanos. A medida é uma resposta direta à escalada tarifária liderada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que aumentou para 104% as taxas sobre importações chinesas — e elevou novamente para 125% um dia antes.

A retaliação da China veio em etapas. Após a primeira rodada de tarifas americanas, o governo chinês aplicou taxas de 34% e recusou-se a atender à exigência de Trump de suspendê-las. Além das novas tarifas, o governo de Xi Jinping incluiu 18 empresas dos Estados Unidos em sua lista de restrições comerciais, como parte de uma série de contramedidas adotadas diante do impasse.

Sem sinais de trégua entre as duas potências, a China intensificou articulações com outros parceiros comerciais, especialmente na Europa, como forma de reduzir os impactos da guerra tarifária e manter o fluxo de comércio exterior.

Diplomacia econômica: foco na União Europeia

Em meio ao recrudescimento das tensões com Washington, o governo chinês reforçou os laços com a União Europeia. O presidente Xi Jinping deve iniciar na próxima semana uma visita a países do Sudeste Asiático, incluindo a Malásia, enquanto a diplomacia chinesa trabalha para consolidar novos acordos.

Segundo o Ministério do Comércio da China, Pequim e Bruxelas assumiram um compromisso conjunto de fortalecer o sistema multilateral de comércio, tendo a Organização Mundial do Comércio (OMC) como pilar central.

O entendimento foi selado em uma reunião virtual entre o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, e o comissário europeu para Comércio e Segurança Econômica, Maros Sefcovic. De acordo com a agência Xinhua, os dois discutiram formas de intensificar a cooperação econômica e buscar respostas comuns à pressão tarifária dos EUA.

Durante o encontro, Sefcovic afirmou que as ações unilaterais dos Estados Unidos causam sérios danos ao comércio internacional, e reiterou o interesse da UE em atuar ao lado da China e de outros membros da OMC para garantir a estabilidade global nas relações comerciais.

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