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Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano

Primeiro pontífice latino-americano, argentino Jorge Bergoglio deixa legado marcado pela simplicidade, firmeza contra abusos e discurso progressista dentro da Igreja

O papa Francisco faleceu na madrugada desta segunda-feira (21/4), aos 88 anos, em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell. O pontífice vinha enfrentando sérios problemas de saúde e estava internado há cerca de 40 dias devido a uma pneumonia dupla.

Mesmo debilitado, o líder católico fez aparições públicas recentes. No sábado (19), esteve na Basílica de São Pedro e, no Domingo de Páscoa (20), abençoou milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, onde fez um apelo aos líderes políticos: que enfrentem a fome e a desigualdade com coragem, sem se render ao medo.

Francisco, cujo nome de batismo era Jorge Mario Bergoglio, nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos. Formado em química, decidiu seguir a vocação sacerdotal aos 20 anos. Ingressou no seminário de Villa Devoto e entrou para a Companhia de Jesus, sendo ordenado padre em 1969. Ao longo de sua carreira religiosa, foi bispo auxiliar, arcebispo de Buenos Aires e, em 2001, tornou-se cardeal por nomeação de João Paulo II.

Em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, foi eleito papa e adotou o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis. Foi o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de São Pedro.

Durante seu papado, Francisco adotou uma postura pastoral mais acolhedora e progressista, abordando temas delicados dentro da Igreja com abertura ao diálogo. Enfrentou com firmeza os casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero e, em 2023, chegou a se reunir com vítimas em Portugal. Em 2025, o Vaticano aprovou novas diretrizes permitindo a entrada de homens gays em seminários, desde que comprometidos com a castidade.

Sua saúde fragilizada foi um desafio constante. Ainda jovem, perdeu parte de um pulmão, e nos últimos anos conviveu com bronquites severas e dores no joelho, que o obrigaram ao uso de cadeira de rodas. Em fevereiro deste ano, precisou ser internado novamente, e, após semanas de tratamento, não resistiu às complicações respiratórias.

Papa Francisco deixa um legado de espiritualidade, simplicidade e coragem diante dos desafios da Igreja no século XXI.

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