Falso médico atuava há mais de um ano em clínicas e hospitais da capital
Universitário de educação física se passava por pediatra e atuava em clínicas e fundações, segundo a Polícia Civil
O estudante de educação física Gabriel Ketzer da Silva foi preso, nesta terça-feira (29/4), durante a Operação Hipócrates, suspeito de exercer ilegalmente a medicina em Manaus. A prisão ocorreu no bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro-Sul, onde ele foi localizado na casa de um amigo.
De acordo com a Polícia Civil, Gabriel se apresentava como pediatra, ortopedista e clínico geral, realizando atendimentos voluntários em uma fundação voltada ao público vulnerável, além de atuar em clínicas e hospitais da capital, substituindo médicos em plantões.
O delegado Cícero Túlio, titular do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), informou que a investigação durou 30 dias. Nesse período, as redes sociais do suspeito foram monitoradas e pacientes atendidos por ele foram identificados e ouvidos. Todos confirmaram que ele realizava procedimentos médicos, inclusive em crianças.
Durante o cumprimento dos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão, a polícia encontrou crachás falsificados, uniformes de plantão, carimbos de médicos registrados, uma arma falsa e até um distintivo das Forças Armadas. Há suspeitas de que Gabriel fazia parte de um esquema em que médicos contratavam seus serviços para substituí-los em plantões, mesmo sabendo que ele não era habilitado.
“Há indícios de que outros profissionais tinham conhecimento da atuação dele e o autorizavam a assumir os plantões, o que agrava ainda mais o caso”, afirmou o delegado.
Essa não é a primeira vez que Gabriel Ketzer se envolve em crime de falsidade. Em 2020, ele foi preso por se passar por oficial do Exército com uso de farda e identidade falsas. Agora, ele responderá por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, uso de falsa identidade, estelionato contra pessoa vulnerável e falsificação de documentos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) afirmou que Gabriel não possui vínculo com a rede estadual e que não há registros de contrato em seu nome. A pasta declarou que aguarda o avanço das investigações e se colocou à disposição da Polícia Civil para colaborar com o processo.