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Sambista Paulo Onça morre em Manaus após meses internado por agressão sofrida em acidente de trânsito

Ícone do samba amazonense, compositor teve obras gravadas por Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Exaltasamba

Manaus – O sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido artisticamente como Paulo Onça, faleceu nesta segunda-feira (26), aos 63 anos, em Manaus. Ele estava internado há mais de cinco meses após ter sido brutalmente agredido em um acidente de trânsito ocorrido em dezembro de 2024, na zona sul da capital amazonense.

Reconhecido nacionalmente por suas composições para a escola de samba Grande Rio e por parcerias com artistas como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e o grupo Exaltasamba, Paulo Onça deixa um importante legado para o samba brasileiro. A confirmação do falecimento foi feita pelo advogado Ezaquiel Leandro, à Rede Amazônica, na tarde desta segunda-feira.

Agressão após colisão de veículos

A agressão ocorreu na madrugada de 5 de dezembro, após uma colisão entre o carro dirigido por Paulo Onça e o veículo do comerciante Adeilson Duque Fonseca, na Rua Major Gabriel, bairro Praça 14 de Janeiro. De acordo com relatos da família, após o acidente, houve uma discussão entre os condutores, e o comerciante atacou violentamente o sambista, desferindo golpes principalmente na região da cabeça, até deixá-lo inconsciente.

O agressor fugiu do local sem prestar socorro. Uma câmera de segurança flagrou o momento do acidente, mostrando que o carro do músico avançou o sinal vermelho e colidiu com o veículo de Adeilson, que saiu e agrediu Paulo Onça. O sambista foi levado ao hospital em estado grave e submetido a cirurgia, permanecendo internado desde então.

A Justiça decretou a prisão preventiva de Adeilson Duque pela tentativa de homicídio, e ele se entregou no dia 7 de dezembro no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), após ser considerado foragido.

Trajetória no samba

Natural de Manaus, Paulo Onça iniciou sua carreira musical aos 16 anos e destacou-se no Carnaval local em 1990, quando compôs o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa” para a escola Vitória Régia, que se tornou campeã naquele ano. Em 1998, ganhou projeção nacional ao conquistar o 7º lugar no Carnaval do Rio de Janeiro com um samba sobre Parintins, em parceria com Quinho e Mestre Louro, para o Salgueiro.

Em 2017, foi um dos autores do samba-enredo da Grande Rio em homenagem à cantora Ivete Sangalo, consolidando sua presença no cenário do samba enredo carioca. Ao longo da carreira, teve composições gravadas por grandes nomes da música brasileira, sendo respeitado como referência no universo do samba.

A morte de Paulo Onça comoveu sambistas, amigos e admiradores da cultura popular, encerrando uma trajetória marcada por talento, criatividade e paixão pelo samba.

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