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Aumento na conta de luz para beneficiar os irmãos Batista

Medida provisória visa apoiar financeiramente a Amazonas Energia e assegura pagamentos a termelétricas da Âmbar, parte do conglomerado J&F

O governo sob a liderança de Lula promulgou, na última quinta-feira (13), uma medida provisória destinada a auxiliar financeiramente a Amazonas Energia. Esta distribuidora de eletricidade do Amazonas enfrenta longa dificuldade financeira e está em débito com termelétricas. A medida visa cobrir os pagamentos que a empresa deve às termelétricas recentemente adquiridas pela Âmbar, uma divisão da J&F Investimentos, pertencente aos irmãos Wesley e Joesley Batista.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o apoio financeiro, proposto em 7 de junho pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), será financiado pelos consumidores brasileiros através de um acréscimo na conta de luz.

O presidente interino, Geraldo Alckmin, assinou a medida enquanto Lula está na Europa. O documento estipula que os consumidores financiem essa assistência por até 15 anos. Estimativas de especialistas do setor energético sugerem que os custos variem de R$ 2 bilhões a R$ 2,7 bilhões anuais, podendo ultrapassar R$ 30 bilhões ao término do período.

A medida também determina que os contratos de fornecimento de energia das termelétricas com a Amazonas Energia sejam custeados pela Conta de Energia de Reserva, que é financiada por todos os consumidores de energia e administrada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Além disso, o custo das questões regulatórias da Amazonas Energia será compartilhado com consumidores de todo o país através de reembolsos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), elevando os custos dessa conta em mais de R$ 1 bilhão.

Com esses passivos removidos do balanço da Amazonas Energia, a companhia, agora à beira da falência, atraiu o interesse de possíveis investidores, como a Âmbar dos irmãos Batista, e outras empresas como a Equatorial e a Energisa.

Eletrobras Anuncia Venda de Termelétricas ao Grupo Âmbar A Eletrobras divulgou na segunda-feira (10) que concluiu a venda de seu portfólio termoelétrico para o grupo Âmbar Energia, dos irmãos Batista, por R$ 4,7 bilhões.

Após a compra de 2 gigawatts (GW) e 13 ativos térmicos da Eletrobras, a capacidade instalada da Âmbar no Brasil agora é de 4,5 GW.

A Eletrobras, em um comunicado relevante, explicou que a venda, que começou em julho de 2023, “permitiu à empresa maximizar a valorização de seus ativos com uma alocação adequada de risco, eliminando imediatamente os impactos da inadimplência dos contratos de venda de energia.”

A maior parte das usinas vendidas para a Âmbar fornece energia para a Amazonas Energia.

Eletrobras também declarou que transferiu “imediatamente para a Âmbar o risco de inadimplência dos contratos de energia dos ativos, assegurando a continuação dos pagamentos de fornecimento de energia mensal que a Eletrobras realiza para a distribuidora.”

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