Joe Biden desiste da reeleição presidencial nos EUA
Pressão política e gafes em público influenciam decisão; substituto será anunciado
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou neste domingo (21/7) sua decisão de não disputar a reeleição presidencial. Após semanas de crescente pressão e dúvidas levantadas sobre sua capacidade mental e física para liderar o país, Biden, aos 81 anos, cedeu às críticas. As incertezas foram intensificadas por erros durante discursos e debates, incluindo um debate presidencial marcado por críticas de Donald Trump, que questionou sua energia e clareza ao falar.
Esses questionamentos se agravaram após Biden confundir nomes em um discurso, referindo-se ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como o líder russo, Vladimir Putin. Em outro momento, durante uma entrevista, confundiu sua vice, Kamala Harris, com Trump. Estas gafes levaram a uma pesquisa reveladora onde 72% dos eleitores, incluindo 46% dos democratas, expressaram desejo de que Biden desistisse da corrida.
A saúde de Biden também foi um ponto focal durante a campanha, com o presidente afirmando que se submetia a avaliações neurológicas regulares. A decisão chega após um incidente onde Trump foi alvo de um atentado, evento que alterou as dinâmicas da campanha, aumentando o apoio a Trump.
Celebridades como George Clooney e Mia Farrow também se manifestaram, sugerindo que Biden deveria “passar o bastão”. A desistência marca o fim de uma longa carreira política de Biden, incluindo duas vice-presidências sob Barack Obama e sua eleição em 2020 contra Trump. O nome do novo candidato democrata será anunciado em breve, enquanto o próprio Obama expressou dúvidas sobre a continuidade da candidatura de Biden, conforme reportagem do The Washington Post.
Em nota, Joe Biden fez um pronunciamento à nação Americana sobre os seus três anos e meio como presidente dos EUA.
Veja a nota traduzida.
Joseph R. Biden, Jr.
21 de julho de 2024
Meus compatriotas americanos,
Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como Nação.
Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução de nossa Nação, na redução dos custos dos medicamentos prescritos para os idosos e na ampliação do acesso à saúde a um número recorde de americanos. Oferecemos cuidados críticos a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos o primeiro afro-americano para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que está hoje.
Eu sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superamos uma pandemia que acontece uma vez por século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo.
Foi a maior honra da minha vida servir como seu Presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como Presidente pelo restante do meu mandato.
Vou falar à Nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão.
Por enquanto, quero expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão duro para me ver reeleito. Quero agradecer à Vice-Presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E quero expressar meu sincero apreço ao povo americano pela fé e confiança que vocês depositaram em mim.
Eu acredito hoje, como sempre acreditei: não há nada que a América não possa fazer – quando o fazemos juntos. Só precisamos lembrar que somos os Estados Unidos da América.
Joe Biden
