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Amazônia em alerta: setembro registra mais de 10 mil focos de queimadas

Seca histórica e fenômeno El Niño potencializa crise de incêndios na região

Os números são alarmantes: em setembro de 2024, foram registrados 10.328 focos de incêndio na Amazônia, consolidando-se como o mês mais devastador desde o início da série histórica em 1998. Conforme informações do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) reforçam o cenário de destruição que se intensifica a cada ano. Além disso, o mês de agosto já registrou 4.241 focos de calor , evidenciando que o período seco é cada vez mais prolongado, impulsionado pelas características climáticas El Niño .

O Efeito El Niño e a Crise Climática

O El Niño intensificou o calor na região e ao longo da temporada seca, criando as condições ideais para a propagação das queimadas. A Amazônia concentrou 74,37% dos focos de calor no Brasil em setembro, seguida pelo Cerrado com 22,50%, conforme apontam os dados do INPE. A situação é agravada pelo avanço do desmatamento, que segue sem controle em várias partes da Amazônia Legal.

Impacto nos estados da Amazônia Legal

Entre os estados mais afetados, o Amazonas , Pará e Mato Grosso figuram como os que mais sofrem com as queimadas. O município de Portel , no Pará, registrou o impressionante número de 859 focos de calor, enquanto Apuí , no Amazonas, e Humaitá também se destacam entre os locais mais críticos. Esses focos estão diretamente ligados à destruição florestal promovida por atividades de desmatamento ilegal e expansão agropecuária.

Uma crise que não para de crescer

O impacto das queimadas vai além da perda florestal. O desmatamento na Amazônia é responsável por 49% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de GEE (SEEG) . Isso coloca o Brasil entre os países mais conservadores para o aquecimento global, exacerbando as mudanças climáticas e criando um ciclo destrutivo que alimenta novos eventos extremos, como secas prolongadas e inundações severas.

Um apelo à ação

O cenário na Amazônia em 2024 deixa claro que o tempo está se esgotando. Sem ações emergenciais e estratégias eficazes de mitigação, o bioma mais importante do planeta continuará sob ameaça, levando consigo suas florestas, populações e biodiversidade. A crise das queimadas é um lembrete urgente de que o futuro da Amazônia está em jogo – e com ele, o equilíbrio climático do mundo.

Ações do governador do Amazonas, Wilson Lima para combater os avanços das chamas

Em resposta à crise de queimadas que assola o sul do estado, o governo do Amazonas, sob a liderança do governador, enviou mais de 100 militares do Corpo de Bombeiros para atuar no combate aos focos de incêndio nos municípios de Apuí e Humaitá. Equipados com viaturas especializadas e ferramentas de última geração, os bombeiros estão utilizando estratégias avançadas de contenção, incluindo o uso de aceiros e o combate direto às chamas. A ação visa não apenas controlar a propagação dos incêndios, mas também proteger as áreas de floresta ainda preservadas e minimizar o impacto ambiental causado pela crise.

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