EUA impõem novas tarifas ao Brasil: Trump defende medidas comerciais
Presidente americano anuncia taxas recíprocas e endurece política comercial durante discurso no Congresso
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre produtos importados de diversos países, incluindo o Brasil, durante um discurso no Congresso americano na noite desta terça-feira (4). Em sua fala, ele defendeu a política comercial mais agressiva dos EUA e afirmou que “os Estados Unidos estão de volta”.
Trump mencionou diretamente o Brasil, ao lado de outras nações como Canadá, Índia e China, destacando que as novas tarifas entrarão em vigor no dia 2 de abril. Segundo ele, essas taxas têm como objetivo equilibrar o comércio global e combater o que considera uma prática injusta de outros países.
Novas medidas
Durante seu discurso, que durou cerca de uma hora e 40 minutos — o mais longo de um presidente americano no Congresso —, Trump destacou sua visão para o futuro do país, afirmando que “a era de ouro dos Estados Unidos está apenas começando”.
Ele reforçou que os EUA serão firmes na imposição de tarifas recíprocas. “Se outros países nos cobrarem tarifas, nós cobraremos de volta. Se aplicarem barreiras não tarifárias para nos impedir de acessar seus mercados, faremos o mesmo para protegermos nosso mercado”, declarou Trump.
De acordo com informações da BBC, os Estados Unidos já impuseram tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de uma taxa adicional de 10% sobre importações chinesas, elevando a carga tarifária total para 20%. As novas tarifas entrarão em vigor na próxima terça-feira (11).
“As tarifas não servem apenas para proteger os empregos americanos, mas também para defender a alma do nosso país”, justificou Trump, reconhecendo, no entanto, que essas mudanças poderão causar “algumas perturbações” no mercado.
Discurso no Congresso
Além das medidas comerciais, Trump utilizou seu discurso para reforçar sua posição contra a imigração ilegal, anunciar uma “guerra contra os cartéis” e prometer recuperar o Canal do Panamá. Ele também fez elogios a Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental, responsável por cortes nos gastos públicos.
O presidente destacou que os cartéis de drogas mexicanos representam “uma grave ameaça” à segurança nacional dos EUA, acusando-os de traficar opioides sintéticos e cometer crimes violentos em solo americano.
Trump também surpreendeu ao declarar que pretende “recuperar” o Canal do Panamá e adquirir a Groenlândia “de uma forma ou de outra”.
Ao final do discurso, dirigiu-se a Elon Musk, elogiando seus esforços na redução de gastos do governo. “Muito obrigado, nós apreciamos seu trabalho”, declarou.