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Líder do Comando Vermelho é morto no Rio e facção executa mulher apontada como autora

Investigações indicam briga de casal como causa da morte de Fhillip Gregório, o “Professor”, traficante influente no Complexo do Alemão; facção aplicou punição sumária à companheira

A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura as circunstâncias da morte de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) e responsável pelo tráfico de drogas na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Foragido da Justiça desde 2018, ele foi encontrado com um tiro na cabeça na noite de domingo (1º/6) e chegou sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, na Zona Norte.

Inicialmente, a companheira de Fhillip, identificada como Gabriela, apresentou-se à delegacia afirmando que o traficante havia cometido suicídio. Ela teria entregue a arma utilizada no suposto disparo. No entanto, relatos de testemunhas e a reação da facção mudaram o rumo do caso: horas depois, Gabriela foi executada por integrantes do próprio Comando Vermelho em um julgamento do chamado “Tribunal do Crime”, acusada de ter assassinado o líder durante uma discussão.

Informações apuradas pela polícia indicam que a jovem teria recebido cerca de R$ 70 mil em procedimentos estéticos bancados por Fhillip, incluindo cirurgias plásticas, lentes dentárias, silicone e harmonização facial. O gasto elevado teria sido mal recebido por outros membros da facção, que consideraram a atitude da mulher uma traição ao traficante.

Apesar da execução de Gabriela, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) mantém outras linhas de investigação abertas, incluindo hipóteses de acerto de contas interno ou atuação de rivais.

Influência no crime organizado

Considerado um dos articuladores logísticos mais estratégicos do CV, “Professor” era responsável pela negociação de armas, drogas e munições, com ramificações que ultrapassavam o Brasil. Segundo a Polícia Federal, ele participava de uma rede internacional que ligava fornecedores no Paraguai, Colômbia, Bolívia e Peru a comunidades dominadas pelo CV no Rio. A estrutura foi revelada pela Operação Dakovo, que também identificou conversas do traficante com policiais militares, revelando supostos acordos para impedir operações em áreas sob domínio da facção.

Com 65 anotações criminais, Fhillip era conhecido por comandar operações à distância, mantendo-se recluso na Fazendinha. Para dificultar sua identificação, ele teria recorrido a procedimentos estéticos clandestinos como implante capilar, lipoaspiração e outros tratamentos de imagem.

Morte gera repercussão

A morte de Fhillip repercutiu nas redes sociais, onde vídeos em que o traficante aparece tocando violão e cantando louvores viralizaram. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e a Polícia Civil já iniciou a oitiva de testemunhas para esclarecer o caso.

As investigações continuam em curso.

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