Miguel Uribe, pré-candidato à Presidência da Colômbia, é baleado durante evento político em Bogotá
Atentado reacende alerta sobre segurança de lideranças políticas no país; estado de saúde do senador é grave
O senador colombiano e pré-candidato à presidência, Miguel Uribe, foi baleado na tarde deste sábado (7), durante um ato de campanha no bairro Fontibón, próximo ao Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá. Uribe, que integra o partido de oposição Centro Democrático — fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe — sofreu ferimentos graves na nuca e foi levado às pressas para um hospital, onde permanece em estado delicado.
A polícia prendeu o autor dos disparos ainda no local. Segundo nota divulgada pelo Centro Democrático, “indivíduos armados atiraram pelas costas enquanto Miguel participava de um evento por volta das 17h”, classificando o ataque como um “ato de violência inaceitável”. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o senador ensanguentado, sendo socorrido por populares.

O prefeito de Bogotá, Carlos Galán, confirmou o atendimento emergencial e a captura do suspeito. Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, prestou solidariedade às famílias Uribe e Turbay, destacando o impacto emocional do caso: “Não sei como mitigar sua dor. É a dor de uma mãe ausente e de uma pátria”. Petro classificou o episódio como um ataque à democracia e à liberdade política do país.
Miguel Uribe é neto do ex-presidente Julio César Turbay (1978–1982) e filho da jornalista Diana Turbay, assassinada durante um sequestro ordenado por Pablo Escobar nos anos 1990. A tragédia familiar foi retratada por Gabriel García Márquez no livro Notícia de um Sequestro.
Ferrenho opositor de Gustavo Petro, Uribe vinha criticando as propostas do governo, inclusive ameaçando judicializar ministros caso assinassem decretos ligados a uma consulta popular sobre reforma trabalhista. O ataque ocorre a menos de um ano das eleições presidenciais na Colômbia, marcadas para o primeiro semestre de 2026.
A Presidência da Colômbia, em nota oficial, repudiou o atentado: “É um ataque não apenas à integridade do senador, mas à democracia e à liberdade política do país”.